domingo, 12 de outubro de 2008

O todo diferente da soma das partes

Hoje o meu amigo e sócio “Meireles” disse-me que no mundo de hoje cada um só quer saber de si, não se preocupando com o próximo. Concordei com ele e fiquei a pensar sobre o assunto. A minha (pouca) formação é na área da economia e logo transportei o assunto para o mundo dos números. Se a sociedade é o todo e o indivíduo a parte, sendo o todo a soma das partes, se todas as partes só se preocuparem consigo, obtemos um Óptimo de Pareto. Optimiza-se o todo com a melhoria de cada uma das partes. Devia resultar. Mas não resulta. Porquê? Porque o bom de um pode ser o mau de outro, porque se só nos preocupamos com o nosso umbigo, não pensamos sequer na hipótese de baixar um pouco o nosso bem-estar para aumentar muito o bem-estar de outro ou outros. Não resulta porque estamos em conflito permanente, e o que se passa hoje em dia é que se alguém está no ponto alto da sua felicidade não quer saber de quem está menos bem. Daí que nem sempre todo é a soma das partes, não pelas sinergias mas porque as partes estão em conflito, e para uma estar bem a outra pode ter de estar menos bem. E não é fácil ser a pessoa que vai contra a corrente, eu já desisti (parcialmente), o “Meireles” ainda não.

5 comentários:

Insano disse...

A meu ver as partes esforçam-se de tempos a tempos para serem altruístas. E é aí que reside o problema (se é que existe de facto um problema, visto que a condição humana é egoísta sine qua non), porque de tempos a tempos não chega para optimizar o todo.
Já o todo, esse grande sacana, bem que podia fazer um esforço para agradar às partes. Que tal um tempozinho porreiro e menos subidas e descidas no mundo?
Digo eu...

C.C. disse...

O problema não é o todo mas sim a parte. E se consideras que o facto de sermos egoistas não é problema só porque é algo sine qua non, acho que estás errado. Pode ser um dado adquirido, mas não deixa de ser um problema. Há fome no mundo, vai sempre haver, é adquirido. Mas é um problema.

Anónimo disse...

Boas caros amigos!!!

Antes de mais os meus parabéns por esta iniciativa! Acho que vou cá dar umas passagens regularmente por isso força nisto. E percebo mt bem o argumento de escrever não para os outros, mas por uma questão de "self-relief".

CC, bom post, e...verdade! Reportando mais uma vez a teorias económicas diria que o que acontece é que quase nunca se verificam estratégias win-win entre partes, o que conduz ao enfraquecimento do todo. Ou por que não se consegue ou por que não se quer...talvez a parte mais forte nao abdique de um WIN por um win menos ambicioso ou egoista, que possibilite ganhos da outra parte.

E assim o todo sai, indubitavelmente, prejudicado.

Abraços

Anónimo disse...

A única solução é mesmo utilizar a ideologia de Rawls e ver a organização societário através do "veu da ignorancia".
(este comentário não é nada para mostrar os meus conhecimentos..!!)

Anónimo disse...

Já não há Mosqueteiros!Um por todos e todos por um já era.Agora é cada um por si e salve-se quem puder.São as "partes" que temos que fazem este todo...Haverá excepcções? certamente que sim, mas muito raras.longa vida ao "Meireles" qe rema contra a corrente.