domingo, 28 de dezembro de 2008

Adeus 2008

2008 não foi um bom ano para mim. Não gostei e é giro que na passagem do ano de 2007 para 2008, estive ao telefone com um pessoa e quando desliguei pensei: “isto este ano não vai correr bem”. Acho que estava escrito que 2008 não era o meu ano. Em termos profissionais até correu muito bem, não me queixo. Em termos pessoais nem por isso. Foi um ano em que perdi muita coisa, algumas esperadas outras não, mas a vida é assim. Posso dizer que não guardo as melhores recordações de 2008, mas também e ao contrário do habitual estou muito optimista para o futuro e para 2009. No entanto, aprendi uma coisa muito importante este ano. Mais do que tudo, importa pensar nos que estão a nosso lado e não em quem decidiu mudar e para os primeiros cá estarei para o que precisarem. Espero um melhor 2009 e fechar definitivamente o capítulo das coisas negativas que tive em 2008. Não, não vou fazer as habituais resoluções de fim de ano, tipo a partir de dia um vou ser um tipo completamente diferente. Não não vou, vou ser o mesmo, apenas vou encerrar alguns capítulos de 2008 e enfrentar 2009 cheio de ganas. Espero na próxima quarta-feira fazer um reset, apagar tudo o que não interessa e só guardar o que há de bom. Custe o que custar. E espero dentro de um ano escrever: 2009 foi um grande ano! De 2008 me despeço e da sociedadekritica também (este ano, estou de volta em 2009 não vale a pena começarem a festejar). De 2008 guardo quatro momentos: uma noite fria e chuvosa no Algarve, uma semana em Cabo Verde, um jantar e uma nota que vale muito mais que cinquenta escudos. Aos meus amigos desejo um grande 2009, que tenham mais e melhor que aquilo que desejo para mim. Boas entradas e grande abraço

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Nessun Dorma - Feliz Natal

Queria partilhar este vídeo que aqui ponho, momento que para mim é arrepiante, mais um momento em que fico de olhos postos no monitor sem conseguir desviar o olhar, perco a noção das quantidade de vezes que volto a carregar no botão do "Play", para ouvir esta voz absolutamente celestial. Mais uma homenagem que aqui faço a uma das grandes vozes do nosso século. Devo confessar que o estilo lírico não é o meu estilo de música preferido nem sou grande apreciador, para ser sincero, mas aprecio sim as grandes vozes. Adoro música, e a voz é quem transporta todo o sentimento das palavras, faz com que as letras nos toquem a alma e uma voz assim é algo de maravilhoso. Quem me conhece, sabe o tipo de música que ouço, e esta definitivamente não é a minha preferência mas "tiro o chapéu" a quem a consegue interpretar, tornando o estilo lírico em algo que me pode dar prazer em ouvir, mesmo não sendo da minha preferência...Com esta obra prima, ária do último acto da ópera Turandot, de Giacomo Puccini, me despeço e vos desejo um Feliz Natal com muitas prendinhas e muito boa disposição.

Breve explicação do significado desta composição: refere a proclamação da princesa Turandot, determinando que ninguém deve dormir: todos passarão a noite tentando descobrir o nome do príncipe desconhecido, Calàf, que aceitou o desafio. Caláf canta, certo de que o esforço deles será em vão.

PS: CC, mais uma vez um grande jantar em que tudo esteve prefeito. O meu obrigado por tudo... e que grande vinhaça aquela! Grande prenda, mais uma vez obrigado...

domingo, 21 de dezembro de 2008

Obrigado

Realizou-se este sábado um jantar que habitualmente organizo nesta época. O jantar quanto a mim correu muito bem, a comida estava excelente e a bebida também. Queria fazer aqui alguns agradecimentos e para começar o meu obrigado ao Miguel dono da “Adega dos Garrafões” que nos atendeu com a habitual simpatia bem como à D.ª Lina sempre a ver se faltava alguma coisa. No fundo o meu obrigado à Adega!

E depois às pessoas que lá estiveram, pessoas que considero meus amigos verdadeiros, obrigado ao:
Tiago (estreante nestas andanças, mas parecia um veterano)
Pepe (que animou tudo e todos como é habitual)
Sofia (sempre bem disposta)
Samuel (o que aconteceu ao Cardhu?)
Ricardo (tranquilo mas desconfio que o Cardhu também passou por ele)
André (outro do grupo que por artes mágicas fez desaparecer o Cardhu)
Ana (que já não via há muito)
Meireles (que veio mesmo doente)
Oliveira (que veio de Lisboa mas não falha)
Facas (que veio de ressaca mas veio e agarrou-se à São Domingos)
Rolha (que chegou atrasado mas chegou)
Joana (também estreante, mas que entrou no espírito do jantar desde inicio)
Dani (para o próximo ano tens de fazer o bigode)
Jordão (que perdeu o desafio moscatel/zurrapa de favaios)
Filipe (estreante e que no inicio do jantar dizia que não ia beber e depois…)
Quintela (que fez a reportagem para dar na sic)

A todos muito obrigado.

De referir que no final do jantar um desafio entre moscatel (patrocinado por mim) e uma zurrapa de Favaios (patrocinada pelo Jordão) tendo o moscatel goleado, tendo ficado agendado jantar para Janeiro para analisar um Quinta de Serrade… perdão Solar de Serrade. Eu, Tiago e Jordão e fiquei com a sensação que é o Jordão a pagar.

Quando à discussão da noite, chegou-se à conclusão que com ou sem meias, desde que haja, é na boa…

A todos Bom Natal meus amigos

sábado, 20 de dezembro de 2008

O teu valor

Por questões que agora não interessam, na quinta-feira tive de passar algum tempo num hospital. Não sei bem porquê hospitais sempre me fizeram alguma confusão. Não por causa do cheiro, ou da recordação de algo triste, ou do barulho ou da ligação à dor, nada disso, a mim faz-me confusão as caras. As caras das pessoas que lá estavam, rostos tristes, cansados e muitas vezes sós. Pessoas desiludidas com a vida, e que por essa desilusão reduzem o seu próprio valor sem perceber o quanto cada um deles vale realmente (e não o que vale naquele momento de abatimento). Quantas vezes duvidamos do nosso valor, do que realmente merecemos e do que somos capazes de alcançar. Todos nós temos um valor, valor esse que não é definido por riqueza material, ou beleza, ou inteligência, mas sim por aquilo que disponibilizámos de nós para ajudar terceiros. Porque raio é que quando alguém passa num momento menos bom perde a noção do valor que tem? A ti posso dizer-te uma coisa, se me perguntares o nome das pessoas mais ricas do mundos, ou das Miss Universo, ou dos prémios Nobel eu demoro a responder. Agora se me perguntares o nome de pessoas que me ajudaram quando eu me senti mal, pessoas que me fizeram sentir especial, ou pessoas com quem passei muito do meu tempo, o teu nome vem logo nos primeiros. As pessoas que marcam a tua vida não são as que têm as melhores credenciais, mais dinheiro, ou os melhores prémios... São aquelas que se preocupam contigo, que cuidam de ti, aquelas que de algum modo estão contigo. Reflecte um momento. A vida é muito curta! E tem juízo, olha para a frente e goza o prazer de viver. Gunguel-dá. Beijo

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

No Porto dorme-se mais?

Epá só eu é que tenho a impressão que no Norte dorme-se mais do que no Sul? Será? Eu acho que sim. Eu todos os dias lá me levanto cedinho pelas seis da manhã e pelas sete estou a sair de casa, lá vou eu cheio de sono a conduzir ouvindo rádio. Até que pelas sete e meia surge a informação sobre o trânsito. Primeiro, o locutor com a maior surpresa do Mundo anuncia, os acessos a Lisboa estão muito congestionados, fila de quilómetros, demoras, acidentes etc, etc… A esse locutor tenho umas coisas a dizer: 1) estúpido, está tudo a ir trabalhar 2) parvo, amanhã vai estar na mesma 3) anormal, e às seis da tarde vai estar igual, no sentido contrário, o pessoal está a ir para casa… Pronto já desabafei. Mas, e o transito no Porto? Sempre, sempre, o trânsito no Porto, calmo, tranquilo, sem problemas. Mas o pessoal no Porto não vai trabalhar? Porque é que às sete e meia o pessoal já está todo na fila para a 25 de Abril e o pessoal no Porto está a lavar os dentes ou coisa do género? Fico com a clara sensação de que no Porto o pessoal levanta-se mais tarde. Será?

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Desculpas e mais desculpas...

Há quem diga que pedir desculpas por algo que fez errado é boa educação e se eu disser que às vezes é uma atitude de pura prepotência? Estranho esta minha observação? Pode parecer mas para mim não é. Passo a explicar:
Nunca vos aconteceu, por exemplo, irem na estrada a conduzir o vosso valente bólide, sim porque para andar na estrada hoje em dia é preciso coragem, tamanho é, o imperssionante número, como hei-de de chamar...de "vegetais" ( estou a ser bastante educado), que andam a fazer de conta que conduzem, entrarem numa rotunda, por exemplo, e de repente um estúpido qualquer atravessar-se à vossa frente? Ou mesmo nos somáforos, nós na nossa faixa e outro estúpido faz pisca e sem olhar resolve atravessar-se à vossa frente? Aposto que já, a mim acontece milhentas vezes. Duas coisas curiosas:
- Primeiro fazem pisca, ok, até aqui tudo muito bem, mas e depois a parte de se atravessarem à nossa frente sem olhar? Isto é só fazer pisca e pimba, vamos lá para o outro lado sem ver quem vem lá, porque tou a fazer pisca e é isso que importa! Por amor de Deus! Qual é a parte do olhar para ver se alguém vem na outra faixa que não ensinaram a esta cambada de "vegetais"?
- A outra coisa curiosa é o que se passa a seguir, lá vem o tal pedido de desculpas com uma leve elevação do braço! Ok, pediu desculpa mas e se me batesse, do que é que me servia as desculpas? Como é óbvio, de nada! Atitudezinha preputente esta de fazer a coisa mal de forma consciente e depois pedir desculpa. Costumo dizer que as desculpas não se pedem, simplesmente evitam-se.
Mais um caso, as rotundas... pois é meus amigos, caso complicado este para muita gente, a questão das rotundas e das suas prioridades. Qual é a parte, que os ditos "vegetais" não perceberam, de que quem vem na rotunda tem prioridade?! Vamos numa rotunda e de repente um ignorante qualquer pensa que é mais esperto do que os outros e atravessa-se na dita cuja sem olhar, ou não, e lá temos nós de pôr pé ao travão para evitar um acidente. A seguir buzinamos que nem uns doidos ( pelo menos eu sou assim) e lá vem o tal pedido de desculpas, "ah e tal desculpe lá não o vi, ou pensava que tinha tempo de passar...", atitudezinha prepotende mais uma vez! Outra situação em que o pedido de desculpas poderia ser evitado se o tal índividuo cumprisse as regras... mas não, vamos lá ser mais espertos que os outros e vamos avançar, porque depois podemos pedir desculpas e pronto, fica tudo bem...enfim fico pior que sei lá o quê! Se não desse tanta chatice uma pessoa bater noutro carro, eu juro, que a estas pessoas eu até acelerava mais para bater com mais força, para que o dano e o susto fosse maior, podia ser que o susto servisse de lição (estou a ser positivo ao pensar assim). Atitude preputente porquê? " ah e tal vou-me atravessar, o outro carro tem de parar para não me bater, e depois é só pedir desculpa e ainda fico a gozar com o susto que a outra pessoa apanhou e com o seu estado algo alterado"... meus senhores e senhoras, este pedido de desculpas não é uma atitudezinha prepotente por parte dos outros indivuduos e até irritante? Qual boa educação qual quê, nestes casos ponham a boa educação num sítio que eu cá sei. Sejam civilizados...
Detesto estas atitudezinhas prepotentes, faz-me confusão as pessoas serem burras e ignorantes por iniciativa própria...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Mais coisas que não gosto em Dezembro

Mais duas coisas que me irritam em Dezembro, mas coisas que irritam mesmo a sério. Primeiro, pior que aquele pessoal que não tira aquela película dos telemóveis ( parece que fazem gala disso e dizem: “pronto agora não tiro isto daqui, já está com o canto superior direito a enrolar e cheio de porcaria mas não tiro”) são as mensagens de Natal. Epá não suporto. E não me venham dizer que têm significado, se eu quero que tenha significado vou ter com a pessoa e dou-lhe um abraço ou um beijo, se não posso estar com essa pessoa ligo, agora mensagens???? Até admito que, pronto não dá para ligar a toda a gente manda-se uma ou outra mensagem, escrita por mim, pessoal. Agora alguém me explica qual o significado de uma mensagem predefinida, que alguém envia aos seus cinquenta melhores amigos? Sempre igual, mensagem definida por um doido qualquer na nos centros da Nokia na Finlândia e toca a enviar… para todos… envia-se para todos não vá esquecer alguém. Pena não ter o número de telemóvel do tio da vizinha que tem um irmão que é amigo do namorado da minha vizinha do quinto direito com quem não falo (excepto em Dezembro). Epá expliquem-me. Bem e quando colocam smileys nas mensagens… agora por tudo e por nada : - ) : - ( : - 0 eu acrescento : - & (símbolo que quer dizer oh smiley vai pró…). Antes de haver internet alguém escrevia com carinhas ou parêntesis para explicar ao leitor o estado emocional do escritor? Mas isso fica para outro post. E depois é até ficar com o polegar em carne viva de tanto apagar mensagens.
Segundo, pior que aquele pessoal que diz selada, temos as passas na passagem de ano. 12 passas nos últimos 12 segundos do ano. Nunca corre bem pois não? Epá na passagem a essa hora o pessoal está assim a modos que… deixa cá ver… ligeiramente… epá a essa hora o pessoal está bêbado. Não todos mas a grande maioria. E depois temos doze passas para os últimos doze segundo do ano e pedir doze desejos… bem um bocado complexo para que já está bêbado mas é assim e lá começamos: uma (dinheiro dinheiro dinheiro… não espera não posso pedir isso logo na primeira pois todos acham que sou um materialista, espera pronto saúde, que eu esteja bem de saúde) duas (agora sim dinheiro dinheiro dinheiro) terceira(saúde para a minha família e tudo de bons para eles, bolas podia ter juntado esta à primeira passa…) quarta (sucesso profissional, e de preferência ficar com o lugar do meu chefe…) quinta ( manter/arranjar/despachar uma namorada : - ) epá vai-te embora smiley) sexta (pronto começa a ficar difícil, epá Portugal campeão de futebol, volta Scolari e Queiroz a levar com um saco de gatos mortos na cara até os gatos começarem a miar) sétima (já estou engasgado e embaçado, vai mais um copo de vodka, pronto… epá uma noite de sexo com a Sylvie Van Der Vaart) oitava (paz no mundo, pras criancinhas e acaba-se a fome e as doenças e essas cenas do terrorismo) nona (isto já está a cair mal, as passas e o vodka, mais o vinho e o moscatel… isso moscatel, longa vida ao moscatel e não confundir moscatel com aquela zurrapa licorosa que alguns tipos fazem lá no Norte…) décima primeira epá espera… hic… não… deixa cá ver… décima (já estou todo trocado, uma Taça qualquer para o Vitória) décima primeira (fim da crise em Portugal, nesta altura desmancho-me a rir…) e por fim décima segunda (epá qualquer coisa, isto entretanto já estamos no ano novo há quinze minutos). O quero dizer é que doze é muito desejo, dois ou três chegava e ficávamos com os desejos que realmente interessavam.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Dezembro mês de Natal

Ponto prévio: gosto da época do Natal. Dou muito valor a passar uns dias com a minha família, faço questão em estar nem que seja um bocadinho com todos os meus irmãos, é um altura de que gosto. Revejo primos (passamos o Natal todos junto) e o resto da família que vejo menos. Faço um jantar (já há alguns anos) com os meus amigos mais próximos, algo que também gosto bastante. Mas irrita-me o pseudo-espirito de Natal, parece que em Dezembro toda a gente fica boazinha, simpática, generosa… é tipo um sentimento de culpa que assalta a maioria das pessoas. Durante os restantes 11 meses do ano, anda-se de trombas (DJ nada de piadas que a pessoa em quem estás a pensar não é para aqui chamada), fala-se mal de tudo e de todos e trata-se toda a gente abaixo de cão. Em Dezembro é só simpatias. Durante 11 meses nem há um “bom dia” em Dezembro há “bom dia, como está? Está tudo bem consigo?”. É uma hipocrisia. Como se levou 11 meses a tratar mal o pessoal, a esquecer que existe um irmão, uma mãe ou uma avó, e para obter perdão divino corre-se para os hipermercados consolar a crise consumista comprando prendas para dar. E as campanhas do Banco Alimentar e seus derivados? Bem parece que as criancinhas em África só passam fome em Dezembro, de resto são grandes jantaradas em Angola, Moçambique, Iritreia… Até Dezembro não mandamos um pacote de arroz para África mas em Dezembro lá enchemos um saco que nos dão à porta do hiper e colocamos lá uns pacotes de arroz, massa, farinha (de marca branca para ser mais barato e pensamos que lá passasse fome até mais não, portanto a marca é indiferente logo vai a mais barata). E lá compramos a entrada no céu pelo menos até à passagem do ano. O estranho é que até as pessoas de que não se gosta no Natal são contemplados com aquela simpatia extra, e aquele abraço… Somos muito hipócritas… Isso é algo que não sou, sou uma besta em Janeiro, Março, Agosto ou Dezembro. Se não gosto de uma pessoa em Setembro também não gosto em Dezembro. Que raio pá…. Parece que em Dezembro tudo é amor, felicidade, generosidade, e depois gasta-se a quota toda do ano. Coisa mais estranha… Repito não é que não goste do Natal, só me parece que esta época revela a mais cínica de todas as faces da sociedade. Será que alguém realmente quer saber, mas realmente mesmo, sobre as criancinhas a passar fome em África? Alguém pensa nisso em Agosto? Ou em Agosto como vamos de férias ninguém passa fome? Não era preferível sermos mais equilibrados durante o ano inteiro em vez de gastarmos todo o amor pelo próximo em Dezembro?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Faz-me confusão...

Há coisas que ainda me fazem confusão, tento não ligar mas cá no fundo, fazem-me confusão. Uma delas são as obras em Portugal. Quem sai de Setúbal entra na auto-estrada a caminho de Lisboa, leva com metade do caminho em obras. E um placa a informar que não se pode exceder os 80 km/h. Mas paga-se portagem. Ora deixa cá ver, que eu saiba, a razão da existência de portagens é o facto de termos de pagar para poder usufruir da vantagem de ir mais rápido. Então se não usufruímos dessa vantagem e temos de ir a 80 km/h por que raio temos de pagar portagem? Faz-me confusão. Outro exemplo, já repararam que quando se faz um prédio, primeiro fazem as infraestruturas. Ou seja, antes de fazer o prédio, faz-se os arruamentos, jardins, passeios, candeeiros, etc. Depois faz-se o prédio… e rebenta-se com as coisas que estão feitas. Salta a pedra da calçada, estraga-se a relva, parte-se os candeeiros… é capaz de ser levar o principio Keynesiano um pouco ao extremo não? Faz-me confusão. E já repararam quando arranjam as tampas de esgoto na estrada? Acontece sempre duas situações estranhas. Primeiro nunca mas nunca deixam as tampas ao mesmo nível. Ficam ou acima ou abaixo. Porque raio não deixam a porcaria das tampas no mesmo nível? Não…. Ou fica ali um buraco porque a tampa foi “enterrada” em demasia ou fica um alto porque ficou acima do solo. E depois lá andam os carros a desviarem-se dos altos ou buracos, ou a passar por cima. A segunda situação acontece quando essas tampas têm marcas de sinalização. Também nunca acertam a linha anteriormente existente, fica sempre um bocado do traço contínuo de um lado e o resto no lado oposto. Será que era preciso um engenheiro especial para acertar aquilo? Um puto da quarta classe não dava? Epá estas coisas fazem-me confusão. Deve ser porque amanhã lá vou eu a 80 Km/h na autoestrada e pimba, passa para cá €1,30 para não estares aí com textos parvos no blog. Ou então é o meu mau feitio, por falar nisso… D.J. podes sempre contar com o meu mau feitio, nem que seja para comentar o fantástico golo de pontapé de bicicleta fora da grande área (remate indefensável) do Vitória no Estádio da Luz. Quase tão indefensável como o míssil do Ribeiro ao Rui Patrício…

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Dizer tudo o que se pensa ou pensar em tudo o que se diz

Por vezes sinto que somos todos uma marioneta de trapo nas mãos de um ser superior, que nos dá o privilégio de possuirmos um pedaço de vida. E é nossa obrigação aproveitar essa dádiva o melhor possível. Vivo intensamente, durmo pouco sonho muito. Cada minuto de olhos fechados é um minuto sem ver a luz da vida. Acho que não devemos deixar de viver quando envelhecemos, mas sim envelhecemos quando deixamos de viver. A vida não acaba quando morremos mas sim quando somos esquecidos. Gosto do sol, de me deitar ao sol e expor o meu corpo e a minha alma. Assim sou eu. Esta minha maneira de ser levou-me a ter uma característica invulgar: até há bem pouco tempo, todos os meus pensamentos eram liberalmente transferidos para a comunicação oral. Sempre que estava com os que me são queridos não tinha qualquer mecanismo de protecção que me impedisse de dizer o que achava e o que sentia. Fosse bem ou mal. Esta situação criou-me diversos problemas, chatices, aborrecimentos, basicamente saí claramente a perder em diversas ocasiões. Interessante que sempre considerei que essa era a minha melhor qualidade e de repente dei por mim a duvidar se devemos dizer tudo o que pensamos ou pensar em tudo o que dizemos. Continuo a fazer essa análise, e continuo sem saber bem o que fazer. Dou valor não aquilo que as coisas valem mas sim aquilo que as coisas significam. É complicado para mim não expressar a minha opinião de forma totalmente livre de qualquer preconceito. Mas hoje penso se de facto aquilo que julgava ser a minha maior qualidade não é afinal o meu maior defeito. Se por um lado, ao ser assim estou apenas a ser verdadeiro, por outro as pessoas simplesmente não estão preparadas para lidar com a verdade e a honestidade, acabam por ouvir o que não gostam e defendem-se disso mesmo, protegendo a sua posição no mágico manto da ignorância. É fantástico pensarmos que tudo está bem, todos nos apoiam e tudo o que fazemos está correcto. Também é fantasticamente fácil não dar-nos ao trabalho de contestar, de não dizer o sentimos porque sabemos que vai dar chatice. É fácil, mas infelizmente não é fácil para mim. Daí muitas vezes falar que vivemos construções sociais, feitas pela sociedade e pela nossa própria vontade. Porque é fácil, porque dá-nos conforto e nem queremos saber se todas as respostas positivas são mesmo positivas ou se são negativas de alguém que não tem a paciência para se chatear. Continuo confuso. Sempre achei que se a vida nos dá a oportunidade de termos o dia de amanhã para fazermos as coisas certas devemos aproveitar esse privilégio para isso mesmo. Pois a palavra proferida é tal como a oportunidade perdida, não volta atrás. Porque a felicidade não está no viver no cimo da montanha mas sim na forma como subimos a escarpa, devemos ter orgulho de nós mesmo e não ter receio de ver a verdadeira realidade que nos rodeia. E não ter medo de perceber que fizemos uma grande asneira, mas também ter a inteligência de assumir isso mesmo, mesmo que seja apenas para nós mesmo. Continuo confuso, mas continuo a achar que vale a pena ser verdadeiro, mas agora com a maldade de por vezes ficar calado. Num silêncio que ensurdece, que abala, que se estranha, e cujo impacto é mais poderoso que a palavra. Mas continuo confuso, e a minha opinião vai variando consoante os dias, hoje… hoje acho que deve-se sempre dizer o que se sente e fazer o que se pensa.