Amigos

Sábado passado. Uns telefonemas e ficou combinado. Havia um desafio entre Alentejo e Douro por decidir. Acabou por não acontecer. Eu, o Jordão, o Dani e o meu sócio Meireles, tudo no fantástico 10. Para mim o melhor restaurante de Setúbal, para alguns nem por isso. Acima de tudo noto um atendimento personalizado, não me falta nada, e a Lena já sabe do que gosto e como gosto. Nem é preciso pedir, tábua de enchidos para a mesa e um José de Sousa, alentejano de gema, uma pomada. Vem de lá o Teixeira e cumprimenta-me a mim e à mesa. Uns queijinhos e sempre um mimo extra, desta vez uns ovos com farinheira. Conversa para aqui e para ali, sem pressas, detesto quando me apressem. A garrafa estava furada. Bons amigos trazem boas conversas. Já tarde, lá passa a Lena, nem olho para o menu, pergunto-lhe o que vai ser o jantar. T-bone, plumas e entrecôte. A Lena lá vai dizendo que parte tudo para ficar dividido por nós e olha de lado para a garrafa de vinho que entretanto ficou estranhamente vazia. E vem de novo o Teixeira saber se está tudo bem. Mais uma hora de conversa, e nesta altura as gargalhadas aumentam de som, mas pouco importa já somos poucos no restaurante, passa da meia-noite. Doces do melhor e uma série infindável de cafés e moscatel roxo, daquele que eu gosto. E não preciso de especificar, apenas digo moscatel e a bela da Lena já sabe o que é. Tal como se pedisse whisky ela lá saberia qual o que eu gosto. O nível das gargalhadas já é elevado, o restaurante está fechado só estamos nós lá dentro. O resto do pessoal janta. E aqui reside o mais fantástico, são duas da manhã e não há qualquer movimento por parte do pessoal para nos despachar, olham e vão vendo se precisamos de alguma coisa. Pedimos a conta, e penso sempre que foi barato, pois há coisas que não se pagam. Quando sai pensei a sorte que tenho por ter estes três como amigos e por ter um sitio onde me sinto tão bem e sou bem tratado. Quem está a ler pode pensar que é exagero, mas é mesmo verdade.